Os fatores de crescimento são uma técnica terapêutica muito usada nos últimos anos em várias áreas da Medicina, mas principalmente na Ortotraumatologia desportiva, pela crença que se consiga recuperar mais rápido e em melhores condições os atletas.
O tratamento baseia-se numa colheita de sangue da própria pessoa, que depois de um processo de centrifugação fica separado em várias camadas – Glóbulos vermelhos, plasma pobre em plaquetas e plasma rico em plaquetas (PRP). Faz-se então a extração e separação do plasma rico em plaquetas (PRP) que contém uma concentração entre 3 a 12 vezes superior ao normal de plaquetas. O princípio teórico de atuação, prende-se com o fato de no interior das plaquetas estarem os grânulos alfa que contêm os fatores de crescimento que são proteínas que em teoria conseguem produzir uma hiperestimulação biológica, podendo favorecer a cicatrização e a regeneração/reparação tecidular. Se nós conseguimos produzir um composto com um elevado conteúdo de plaquetas – PRP e consequentemente fatores de crescimento, estamos a favorecer o uso de um concentrado para aplicar no local da lesão com o objetivo que se referiu previamente. Um dado curioso, é que apesar do nome destas proteínas ser “Fatores de Crescimento”, a sua função não é fazer que cresça nada, mas sim, teoricamente promover a regeneração/reparação dos tecidos a tratar (o que não é o mesmo).
Depois da obtenção do PRP, a sua aplicação deve fazer-se mediante um guia de imagem, neste caso a ecografia, pois é sabido que a aplicação/infiltração de qualquer produto efetuado de forma “cega”, ou seja, sem o recurso a imagem tem uma percentagem de erro muito grande, principalmente quando a aplicação se pretende dentro da articulação.
Apesar do seu uso ser difundido para a maioria das lesões musculoesqueléticas, a evidência científica ainda aponta para muitas zonas cinzentas, ou seja, há ainda bastante controvérsia acerca de quais lesões beneficiam com o uso deste terapia. Somos a favor do seu uso principalmente em lesões intra-articulares (lesões de cartilagem, algumas lesões meniscais/labrum) e em algumas lesões tendinosas (tendinopatias epicondilianos e fasciopatias plantares) considerando muito importante que concebemos sempre este tipo de aplicação associado a um programa de reabilitação para associar o benefício biomecânico e funcional ao benefício biológico dos fatores de crescimento.
Para finalizar, apenas de referir que há ainda um longo caminho a percorrer em relação à terapia através do uso de PRP – Fatores de crescimento, que tem um princípio de atuação bastante promissor e que a falta de uniformização das colheitas, o tipo/fase de lesão, doenças associadas da pessoa, bem como os diversos Kits disponíveis pelas “indústria”, entre outros fatores, dificultam a obtenção de uma evidência científica mais forte, sendo muitas vezes esse fator contornado pela “experiência” e seletividade do Médico na escolha do melhor paciente/lesão a tratar.
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