A osteoartrose é uma doença degenerativa que afeta as articulações, principalmente a cartilagem e o osso sub-condral, permanecendo o seu tratamento um desafio para a Medicina atual.
Com um impato socioeconómico enorme e a possibilidade de causar uma limitação funcional crescente à medida que se vai envelhecendo, urge criar estratégias para minimizar a dor e protelar o desgaste da cartilagem articular inerente ao processo de envelhecimento. As principais queixas reportadas pelos doentes são: dor (mecânica ou tipo misto), défice de amplitude articular com possibilidade de aparecimento de episódios de derrame articular e agravamento crescente da capacidade de marcha e das atividades do dia-a-dia. Sendo a cartilagem uma estrutura avascular, sem inervação e com metabolismo extremamente baixo, a sua capacidade de remodelação e de regeneração é praticamente nula, sendo este fato fundamental quando abordamos estratégias de tratamento desta patologia que afeta principalmente articulações de carga (ombros, ancas, joelhos e
tornozelo).
Entre as várias formas de tratamento consensualmente aceites e com maior evidência científica encontram-se:
• Modificação do estilo de vida – alimentação variada e equilibrada, bem como a instituição de um programa de atividade física com enfoque para exercícios de reforço muscular, flexibilidade e melhoria da condição cárdio respiratória
• Medicação (analgésicos, anti-inflamatórios) oral, tópica ou intra-articular 1
• Ortobiológicos (administração intra-articular 1 nas articulações afetadas pela patologia)
• Ácido Hialurónico (Baixo ou alto peso molecular)
• Fatores de Crescimento (PRP)
• Tratamento combinado juntando Ácido hialurónico e Fatores de Crescimento (PRP)
Claro que como para todas as estratégias de tratamento, cada situação tem de ser avaliada de maneira individual e adaptada a cada indivíduo, avaliando o risco/benefício de cada intervenção e que pode ser modificada ao longo do curso do tratamento.
1 – De preferência deve-se optar por aplicações intra-articulares ecoguiadas (com medidas rigorosas de assépsia em cada caso) garantindo assim a introdução do produto a administrar no compartimento intra-articular. De relembrar que quando usamos apenas referências anatómicas só 1 em cada 4 aplicações de anca e 1 em cada 3 aplicações do joelho são administradas no espaço intra-articular, ao contrário das aplicações ecoguiadas com uma eficácia a rondar os 100%.
Nota: Este artigo é somente um artigo de opinião que se baseia na mais atual evidência científica e na experiência do autor na prática de Medicina Desportiva no acompanhamento de atletas de alta competição ao mais alto nível nos últimos anos.